terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A verdade sobre o Natal

Feliz Natal!
Natal? Mas o que é Natal?
Bom, até onde me consta Natal é a comemoração do nascimento de Jesus. Um momento em que se deve esquecer das mágoas, tristezas, rancores e problemas e se purificar para receber o novo ano que vem chegando. É um momento de perdoar e pedir perdão. É um momento de agradecer, amar e ser amado. É o momento para chegar para quem é importante para você e dizer: "Hey, você! Eu te amo cara! Vamos esquecer o que passou de mal e seguir em frente? Vamos ser felizes juntos?"
Mas não. A sociedade consumiste moderna insiste em estragar cada uma dessas datas com o anúncio de: "é Natal, então vamos dar o presente mais caro que conseguir e dar lucro para os comerciantes! Uhu!"  Não, não, não! Esse negócio de dar presente não funciona assim! Na verdade toda essa história de Papai Noel só começou porque alguém do bem resolveu presentear as crianças e famílias pobres com uma lembrancinha nesse dia tão especial. Não que seja errado dar presentes nessa data. E eu não estou reclamando por recebê-los, longe disso! Meu livro já está em baixo da árvore. Mas é importante sempre se lembrar do sentimento do presente e explicar para as gerações que vem aí, que Natal não é só data de receber presentes e sim de dar amor e carinho para todos.
Mas quer saber? Eu tenho fé nas pessoas. Acredito que, no fundo do coração de cada uma delas no momento que der meia noite e elas olharem para os rostos de seus familiares uma chama vai se acender no coração delas, e brilhará por todo esse novo ano que vem chegando aquecendo-as e lembrando-as a importância de demonstrar o amor para o mundo.
Meu 2013 foi um ano repleto de emoções: boas e ruins. Nesse ano experimentei medo, amor, frustrações, felicidades, choro, risadas... E agora estou me despedindo de uma fase de minha vida  que pensei nunca deixar para trás. Meus pais sempre disseram que eu tenho espírito de Peter Pan porque eu simplesmente não quero crescer, mas nesse ano senti que alguma coisa mudou e me sinto preparada para ficar mais velha.
Mas não hoje. Hoje é dia de ser criança e esperar o papai Noel, porque por mais que eu cresça a imaginação de criança vai me acompanhar por toda a vida. É isso que desejo para você nesse Natal.
Feliz Natal!
Merry Chritmas!
Feliz Navidad!
E até 2014 ;)

Achados e Perdidos


Eu as perdi
As palavras
A chave da porta invisível da minha alma

Eu as perdi
As notas
Da melodia que tocava em meus pensamentos

Eu perdi
O passo
Do compasso na batida de meu coração

E assim aos poucos fui me perdendo
E caindo no abraço escuro e frio da noite sem estrelas

Até que algo mudou
Um sorriso preencheu o vazio dos meus dias
E me vi sendo puxada pra fora do abismo por elas
As palavras

E como foi bom sentir o vento da vida em meu rosto
E a felicidade percorrendo meu sangue
E o que estava perdido em mim
Foi achado

O Manipulador

Durante esse ano passei boa parte das aulas de história e geografia passeando pelos conflitos que assolaram (ou assolam) o mundo moderno. Entre primeira e segunda guerra mundial, guerra fria, guerra do Irã, revoltas e revoluções contra ditaduras atrozes ficou apenas uma certeza: o ser humano precisa, urgentemente, aprender a tolerar e respeitar seu semelhante, se não vamos explodir o mundo e não restará lugar para se viver.
Um dos piores conflitos da idade contemporânea foi a Guerra Fria. Esse se caracteriza por não existir um confronto direto, ou seja, não houveram batalhas. Como essa guerra foi travada, então? Simples, pelo ideológico. Não entendeu? É muito fácil! Antes da Guerra Fria, aconteceu a Segunda Guerra Mundial que concretizou a divisão do mundo em duas partes: capitalistas (vivem por dinheiro, comandados pelos EUA) e comunistas (pregam a divisão de tudo igualmente entre todos, comandados pela URSS). A Guerra Fria foi, nada mais, nada menos, que o confronto entre essas duas potências.
Durante esse conflito valia tudo para conquistar territórios para um tipo de regime ou outro. Desde força bruta, até emprestar dinheiro para reconstruir o país após os estragos da Guerra. Só que para que o sucesso fosse total, a outra nação devia ser desmoralizada e para isso surgiu o serviço secreto.
Frederick Forsyth escreve a história de Sam McCready, um espião britânico que, com o fim da guerra fria, se vê ameaçado de perder o emprego ao qual dedicou toda a vida. Para evitar que isso acontecesse são relembrados quatro de seus casos mais ilustres para tentar convencer o conselho de que ele é um agente valioso demais para se jogar fora. Passeando pelos estratagemas da CIA e da KGB, temos uma pequena idéia do caos que se tornou o mundo nos anos tenebrosos em que ninguém estava seguro de ter sua vida virada do avesso para a "segurança do estado".
Se bem que, considerando os últimos acontecimentos da espionagem americana, no qual sobrou até para os brasileiros, não é nenhuma surpresa que naquele período tão obscuro a espionagem rolasse solta. E assim fico me perguntando cada vez mais: será que toda essa tecnologia vale pela perda de privacidade?

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Meu querido Noel do Pino,

Boa noite gente =D
Fazia tempo que eu não postava né? Agora se divirtam com meus textos haahahaha
Bom, estou aqui para dar uma notícia. Meu sócio, Noel, está saindo do blog...
Ahhhhhh!
Mas não fiquem tristes! Ele está saindo porque agora tem um cantinho só dele!
Então, queridos leitores e leitoras, convido vocês a visitarem
http://locadoradereviews.blogspot.com.br/
E compartilharem com ele o que vocês acharam ;)
Pode deixar que toda e qualquer atualização lá, será comunicada aqui também.
Beijos sabor amora
Ana Azevedo

Resenha "Argo"

A evolução do cinema é impressionante: o que antes era considerado um programa de luxo, agora já é algo corriqueiro para famílias, casais e amigos que buscam diversão no fim de semana. Mas infelizmente as produções que levantam mais as bilheterias são aquelas que apelam para a comédia barata (com piadas pouco inteligentes e cenas muito apelativas) ou as aventuras com muitas explosões e efeitos especiais, e por isso o espaço para filmes cabeça que representam fatos históricos se encontra extremamente reduzido não só nas salas de cinema, como também na mente dos espectadores. Não vou negar que como a maior parte dessas pessoas se tivesse que escolher entre um filme de ação e um filme sobre a Revolução Iraquiana, com certeza a primeira opção seria a vencedora e por conta desse “preconceito” eu iria perder um filme maravilhoso como Argo.
            Com roteiro de Chris Terrio e direção de Ben Affleck (que também atua) a história dos seis diplomatas estadunidenses que fugiram durante a invasão da embaixada americana por revolucionários iranianos vai tomando forma. O filme se inicia com uma montagem de desenhos relatando o contexto histórico da época (fim dos anos 70) que consiste na luta contra o Xá Reza Pahlev, que tinha sido colocado no poder pelos EUA (sim, colocado), e se utilizava de um regime autoritário para explorar o petróleo e manda-lo para o ocidente garantindo, dessa forma, que fosse possível bancar todos os luxos que ele próprio se dava direito: como almoços em Paris e banhos de mel para sua esposa. Porém esses benefícios causados pela exploração petrolífera só alcançava uma pequena parcela da população, e abriu espaço para que o Aiatolá Khomeini pudesse se posicionar contra o regime e iniciar uma verdadeira revolução (a qual assistiu confortavelmente de Paris, na França). Outro fator determinante para que esse conflito estourasse foi a divergência religiosa, pois, apesar de ambos serem muçulmanos, o Xá era Sunita e Khomeini e a maior parte da população eram Xiitas (correntes opostas de uma mesma crença o que gera conflitos que trazem ainda mais problemas para o Oriente Médio).
     O longa-metragem se utiliza de uma passagem muito importante da revolução: a invasão da embaixada americana pelos revolucionários iranianos. Durante essa emboscada seis diplomatas que estavam no prédio conseguem fugir, indo pedir asilo à embaixada canadense, que concede. Logo eles conseguem fazer contato com os EUA, os agentes da CIA entram em ação para tirar os seis de lá sendo o principal responsável por essa emboscada Tony Mendez, (Ben Affleck) que tem a brilhante ideia de se utilizar da indústria cinematográfica (mais precisamente do tipo de filme sucesso de bilheteria que são as ficções científicas) para resgatar seus compatriotas. Para tanto ele conta com a ajuda do maquiador John Chambers (John Goodman) e do diretor Lester Siegel (Alan Arkin) que forjam um filme que, teoricamente, se passaria no cenário exótico do Oriente Médio (mais precisamente: do Irã) com direito a tudo que uma produção de Hollywood tem: roteiro, atores, cartaz, imprensa... E adivinhe o nome do tal filme? Argo.
            A principal ideia era trazer os diplomatas disfarçados de equipe técnica do filme. E desde que o agente levanta voo até o fim a história cada situação tem um timing de tenção fornecido pelo ângulo do qual são filmados os eventos: de dentro. Apesar de ser um filme histórico, não seria erro classifica-lo como uma aventura, pois entrar em um país que é inimigo do seu e sair com mais seis pessoas de uma ditadura extremamente controladora e ainda por cima enganar a imprensa mundial para que não houvesse falhas, na maior tranquilidade requer um sangue frio tremendo! Assisti duas vezes ao filme, e nas duas sentia meu coração se comprimir no peito ao pensar que eles poderiam não conseguir...
            Outro detalhe que chama muita atenção é o estilo de câmera usado no filme. O efeito desfocado que ela confere à imagem deixa a imersão no universo do longa ainda mais profunda. Você se sente ali, ao lado dos diplomatas, lutando pela própria vida. O que me lembra de ressaltar o excelente trabalho da equipe de caracterização, pois ao final do filme aparece uma foto do ator ao lado do rela diplomata que passou pela situação e a semelhança é impressionante!
            Enfim, o filme é impressionante. Uma história envolvente que vem se destacar dos já manjados roteiros de aventura. Creio que posso traduzir como o filme é bom apenas citando o fato de que ganhou a estatueta de melhor filme no Oscar 2013 concorrendo com produções maravilhosas como “As aventuras de Pi”; “Os Miseráveis”; “Lincol” e “ Django Livre”. Essa premiação reforça a minha ideia inicial de que filmes históricos deveriam ser levados mais em conta ao escolher o programa do fim de semana. Nunca ouviu dizer que a arte imita a vida?

Através


Por dentro de mim corre um rio vermelho
Sangue
Responsável verdadeiro por minha vida

Do lado de fora posso verter
Lágrimas
Que deixam transparecer minha alegria, tristeza, saudade

Em cada sorriso vejo
Paz
Trazida pela certeza que um dia melhor virá

Em cada momento percebo
Vida
Se regenerando e mudando

Por todos os lados vejo
Água
Trazendo em cada gota o reflexo do tempo
Que passa ligeiro sem medo
E ameaça nos afogar
Em meio à imensidão do oceano
Chamado amar

Unidos pela sede

Por anos as guerras aconteceram muito longe da casa da família Pássaro. Por conta da tradição militar muitos deixaram seu país natal (Brasil) para combater onde quer que o chamado do sangue surgisse. Histórias mostravam atuações dos filhos daquela casa em conflitos desde a primeira guerra mundial e sempre saindo com menções de honra, de forma que o nome Pássaro foi elevado às mais altas patentes. O único problema causado por tamanha determinação em guerrear era o desfalque familiar: mulheres viúvas com pouco tempo de casamento, maridos sem esposa por ferimentos letais, e muitos pais chorando a morte de seus filhos e herdeiros.
            Quando chegou o período das Guerras por petróleo, era a vez de Gustavo partir para o campo de batalha: estava determinado a seguir os passos de cada um de seus antepassados e assim embarcou para o Oriente Médio, com o único desejo de fazer a diferença. E, em meios aos conflitos por aquele óleo que tinha se tornado indispensável para gerar a energia que movia o mundo, ele viu morrer mulheres, crianças, soldados, homens inocentes e nem tanto assim. Suas próprias mãos não ficaram livres do espesso líquido vermelho que escorria não só de seus inimigos, mas também de seus companheiros feridos em conflitos.
            Após diversos anos naquela batalha travada sem conhecer a fundo o inimigo, Gustavo chegou à mais alta posição já ocupada por um membro de sua família, todavia ao em vez de sair para comemorar este preferiu tomar o turno da noite e respirar um pouco do fresco ar noturno. Em uma de suas voltas, porém, ele foi surpreendido por um par de olhos que o observavam da escuridão. Com o susto, seus instintos colocaram-se em alerta. De um salto sacou a arma e imobilizou a criatura a sua frente. Mas não contava que os olhos eram de uma criança que repetia em sussurros: “água, água, água”. Transtornado pela visão da inocência infantil transfigurada pela sede ele tomou a pequena figura nos braços e levou para dentro do alojamento. Depois de receber os cuidados necessários o menino, batizado Zafir, explicou sua situação: sua família foi morta injustamente por soldados e ele conseguiu escapar, mas não para longe o suficiente.
            Foi então que Gustavo compreendeu os estragos que aquele conflito trazia para a terra já árida do Oriente e resolveu ir embora. Mas não sem antes tornar Zafir um membro da família Pássaro e com ele narrar a história da busca pelo líquido negro e suas consequências: pobreza, tristeza, fome, sede... Esses relatos tornaram-se um livro, publicado tão logo a chegada em solo brasileiro.
            E os séculos se passaram. Aos poucos o militarismo ficou apenas na memória daquela família, que se voltara para diversas áreas depois do incidente de Gustavo, mas sem nunca perder o prestígio no que quer que fizessem. A história da criança adotada na Guerra e como um gole de água foi capaz de mudar tudo era constantemente lembrada em jantares de família. Era quase um elo que unia a todos os presentes. Até que algo estranho aconteceu e a família voltou para os campos de batalha.
            Uma carta chegou lacrada com um selo vermelho, e endereçava-se a Lúcia, a jovem médica que carregava, no momento, as honras da família: ela era convocada para ajudar aos exilados que chegavam ao Brasil. Mas de onde eles vinham? Por que precisavam de tanto auxílio? As respostas apareceram assim que os elegantes saltos da doutora chegaram ao alojamento: peles secas e a avidez com que cada gole de água era tomado ela pode perceber que a medonha profecia feita por seu antepassado tornara-se real: a guerra da água começava, e não tinha previsão de fim.
            E assim a família Pássaro voltou à guerra, dessa vez em sua própria nação, defendendo o líquido que uma vez tinha sido sinal de paz entre eles, e agora tingia-se do sangue derramado.

Teoria das gotas

Somos um em meio a sete bilhões de habitantes na Terra. Odeio ser estraga prazeres, mas, apesar de seu nome constar em documentos, você será reconhecido, na maior parte das vezes, por um número. Para que, então, se esforçar para se sobressair? Por que fazer as coisas de uma forma exemplar, se poucas pessoas reconhecerão seu trabalho? Por que somos especiais? Essa enxurrada de perguntas vem de encontro a sua mente quando se é jovem e nunca mais vai embora. Apesar de não existir uma resposta certa, teorias são elaboradas a todo o momento. Essa é a minha.
            Nessas férias fui fazer uma viagem com meus pais até Foz do Iguaçu, local em que se encontram as famosas cataratas. Você se sente insignificante perto da quantidade de pessoas que existe no mundo? Imagine então como se sente uma gota de água em meio a 1.500 m³ do mesmo líquido caindo por segundo. Apesar de termos feito a visita em um período de “seca”, acabamos por ver a catarata em seu volume quase máximo: um espetáculo de rara beleza que todos deviam presenciar pelo menos uma vez na vida. E ali, em meio a tanta natureza, me veio à mente uma pergunta: como será que uma gota de água se sente sabendo que existem bilhões de outras iguais a ela em uma espaço tão próximo? E fiquei com pena delas que, apesar de formarem aquela maravilha, nunca seriam reconhecidas individualmente. Mas então parei para pensar mais uma vez e me dei conta que eu não precisava sentir pena, porque assim como os seres humanos, aquelas bilhares de gotinhas também eram especiais a seu modo.
            Apesar de ser difícil acreditar e aceitar a água potável está realmente acabando. Em breve todo o mundo será uma extensão do deserto do Saara cercado por mar: um lembrete de que a água existe, mas não podemos bebê-la. E é nesse momento que vem à tona a importância das gotas: quando tudo estiver seco cada mililitro de água será uma dádiva tão grande que o preço por ele será absurdo. Resumindo a história, apesar de existirem mais gotas do que seríamos capazes de contar em toda nossa vida, cada uma delas é responsável por empregos gerados pelo turismo nas cataratas, rios, cachoeiras, fontes, lagos e lagoas espalhadas pelo mundo. São elas que mantêm florestas como a Amazônia de pé e os animais (incluído seres humanos) vivos. Você acha o petróleo importante? Pois a água é milhares de vezes mais.
            E assim, elaborei minha teoria para as perguntas sobre fazer a diferença. Por que fazer algo que quase ninguém vai notar que fui eu? Porque você é como uma gota: apesar de ser pequeno pode fazer com que a vida se movimente. Ouso acrescentar ainda que, como as gotas devemos nos unir, pois juntos temos a força necessária para girar o mundo inteiro e fazê-lo mais belo ainda do que as Cataratas do Iguaçu.

Filho de peixe, peixinho é

Adolescência é uma fase relativamente complicada. Parece que ninguém entende o que a gente fala! Principalmente os pais. A relação entre pais e filhos está cada vez mais difícil. Os pais acham que o problema é com os filhos e vice-versa. Mas não é bem assim!
Minha relação com meus pais foi sempre muito boa. Já passei por diversas fases e em cada uma delas me surpreendi com a capacidade de adaptação deles. Minha vida pode ser dividida em:
Fase boneca: meus pais mandavam em mim;
Fase questionadora: perguntar sobre tudo e começar a andar com minhas próprias pernas;
Fase brigona: brigava por qualquer coisa, buscando me colocar;
Fase paciente: conquistei meu espaço e tento não brigar tanto.
Em cada uma dessas fases contei com total apoio de meus pais. Apesar das brigas, eles sempre tentaram me entender e ajudar.
A maior parte das minhas amigas reclama de sua relação com os pais: "eles não me entendem" é a frase que mais escuto. Acho que o que está acabando com a vida familiar e toda essa "modernidade". Os pais sempre trabalhando, os filhos sempre estudando; à noite, em vez de conversar, vão para televisão, computador ou dormir.
Em minha opinião se todos cedessem um pouco tudo ficaria bem. Em um episódio de Simpsons, Homer passa a participar da vida de seu filho por achar que ele se tornou um gênio e ao saber a verdade fica muito bravo. Isso mostra como a relação é difícil, mas se os dois conversarem poderia ser melhor, afinal pais e filhos tem que dar espaço um ao outro para se entender, especialmente na adolescência.
Pais tem que dar espaço para as mudanças dos filhos, e estes devem entender que é difícil ver suas crianças crescendo.
Mas no final tudo fica bem, afinal filho de peixe, peixinho é.

Cotidiano

O homem está em constante produção. Qualquer ato que ele realize gera um produto. O cotidiano do ser humano atual é constituído basicamente por trabalho.
The Office é uma série que retrata o dia a dia de um escritório, que faz parte de uma empresa de papel. O elenco é composto pelo chefe brincalhão, uma secretária, dois vendedores, um estagiário, uma representante da sede da empresa, o noivo da secretária e três pessoas da contabilidade.
O episódio ao qual dirijo meu comentário é o primeiro, no qual acontece a apresentação dos personagens e o anúncio de que a empresa passara por um downsizing (redução da mesa, com a demissão de funcionários). Em meio as brincadeiras, como colocar objetos do colega dentro de gelatina, vemos se desenrolar o dia no escritório.
As cenas de piada são engraçadas, deixando uma sensação de risada  franca. Mas os personagens e a história são bobos, sem nenhum atributo inteligente em suas gracinhas. A história se desenrola em um cotidiano ultrapassado, com filmagem ruim (mesmo sendo proposital).
Enfim... Recomendo para pessoas que queiram dar risada sem pensar, nem entender por quê, pois para aqueles que buscam comédia inteligente: favor se dirigir a outro canal.

Predador ou presa?

Todo mundo gosta, ou gostaria, de ter um bichinho de estimação. Mas o preferido, o mais pedido pelas crianças, o melhor amigo do homem: é o cachorro!
Não entendo o porquê de tal preferência. Sempre gostei mais de gatos, tendo até certo medo da raça canina, principalmente de um certo tipo chamado pit bull. Desde criança ouvia dizer que esses cães eram bravos, que não se devia chegar perto, corriam rápido, mordiam, etc. E vira e mexe aparecia notícia de alguém que havia sido atacado e levado para o hospital.
Mas toda essa história mudou quando li a notícia que saiu no Estadão em 23/07/2008. Um pit bull atacara uma criança! Até ai normal, mas... A criança mordeu de volta, deixando até um dente preso no animal. Lógico que o garoto foi levado ao hospital e tomou pontos, mas ainda assim mudou meu conceito da ferocidade do animal.
Depois de ler a notícia me veio à mente a frase: predador ou presa? Será que deixamos de ser presa dos pit bulls para nos tornarmos predadores, que mordem em vez de ser mordidos? Talvez, se isso tivesse acontecido a uns sete anos, hoje eu não passasse mais rápido na rua toda vez que vejo um cachorro com cara de mau, ou quando ouço um latido não desse um pulo... Será que ainda há esperança para mim?

Chegou o dia do cupido

Chega essa época do ano e o Sol até parece brilhar mais, pelo menos aos olhos dos apaixonados. Para quem ama ou espera amar o 12 de junho não é um dia qualquer do calendário, mas uma data que promove radical mudança nas rotinas.
Ampliam-se os gastos para garantir aquele programa diferente à pessoa amada. É um dia para restaurantes caros, complexos arranjos florais, sessões especiais de filmes raros e presentes a perder de vista. Boas notícias para quem é homenageado- e principalmente para os comerciantes- péssima notícia para os bolsos.
O amor está no ar e os carros nas ruas, lotando vagas e estacionamentos (que obviamente aproveitam para subir os preços). Shoppings Centers se tornam a 25 de março, e mal se consegue andar pelos corredores lotados por casais de mãos dadas. Sessões de cinema e teatro lotadas, restaurantes com filas quilométricas... O jeito é se adiantar ou inovar e buscar novas formas de diversão.
Apesar de todo o inconveniente e stress, nada parece interferir na atmosfera de paixão. Isso porque é um dia para estar junto, um dia para beijar e dizer que ama. Um dia para aproveitar o friozinho característico de junho e abraçar seu/sua amado(a) em busca de calor. Um dia para sair mais cedo do trabalho e surpreender o outro com essa mudança, que geralmente vem acompanhada de um presente.
A data de 12 de junho foi criada apenas para que o comércio pudesse lucrar, diferente de 14 de fevereiro (data da mesma comemoração em outros países), que se baseia em uma bela história na qual seu protagonista, Valentim, acaba morto e deixa uma bela carta para sua amada assinada "your valentine". Mas não é por isso que devemos menosprezar o sentimento que vem com esse dia. Apesar de ter nascido de maneira torta ele existe para lembrar a importância do estar junto, de ter uma pessoa amada e também que não custa nada mudar um pouco a rotina para agradar a quem se ama: pode ser um telefonema de bom dia, uma rosa em um lugar inesperado, um beijo mais longo... Mude sua rotina no dia dos namorados, mas não se esqueça dos outros dias, pois cada memória conta e cada lembrança encanta.

Fruto da seca

Não raro ouvimos falar sobre pessoas sem condições básicas como: casa, comida, educação e emprego. Mas não raro também vemos grandes empresários investindo altíssimas somas em multinacionais. Esse contraste se torna cada vez mais gritante por todo o mundo. No Brasil essa batalha é travada entre Nordeste e Sudeste.
O Nordeste brasileiro sempre foi propenso a grandes secas, ocasionadas pelo clima da região, porém a devastação de áreas verdes vem piorando ainda mais essa situação. Longos períodos sem chuva secam o leito dos rios e o solo, tornando a terra infrutífera, como um deserto.
Mas o verdadeiro problema vem da terra e atinge o homem. Nessa região a economia, baseada na agricultura, é severamente afetada pela dura seca. Sem ter o que plantar e sem ter o que comer famílias inteiras saem de suas casas para tentar a sorte nas cidades litorâneas ou (e especialmente) no Sudeste. Isso foi muito presente no período em que o Brasil começava a se industrializar e agora volta como fuga da pior seca dos últimos cinquenta anos.
Enquanto a seca e a fome matam e desalojam no Nordeste, o Sudeste vive em uma ascendência que parece não ter fim. A região continua a receber indústrias, investimento monetário, pessoas, projeção internacional, e cresce... Agora para o alto, já que o espaço lateral se mostrou insuficiente. Daqui a algum tempo nem o céu será limite.
O responsável por esse abismo social cavado entre estas duas partes do Brasil é um puro caso de falta de bom senso na distribuição de investimento pelo governo, que prefere olhar para a bela selva de prédios que, apesar de também abrigar a ralé humana, traz muito mais lucros; a abrir a mão para quem torra a fronte no Sol escaldante da caatinga e trava uma guerra animalesca contra a natureza. Prefere colocar dinheiro em um projeto certo de uma multinacional a apostar no incerto e transformar o deserto em terra de plantio, mesmo sabendo que essa é uma possibilidade já aplicada em outros países (como Israel).
Essa preferência traz a desigualdade social: que torna a mulher do empresário a baronesa do café e a do agricultor a mucamba mal vestida. Será que estamos avançando na economia para regredir na sociedade? Até quando seremos espelho do passado? A única saída agora é uma ponte que ligue os dois lados do abismo, porém só os corajosos ousam sair do conforto para encarar a outra realidade. Isso traz uma incômoda questão: esse ser corajoso é você?

As Olimpíadas chegam a São Paulo

As olimpíadas, antes só de corpo, agora alcançam o pensamento

Apesar de não receber muita divulgação ou apoio, a uma semana (20 de outubro de 2012) aconteceu a II Olimpíada de Filosofia do Estado de São Paulo. Com o intuito de promover discussões entre escolas sobre o tema: "Qual o custo social do progresso?" essa atividade, com duração de um dia, teve como organizadores professores de filosofia da Universidade Federal do ABC (UFABC) e foi realizada na própria universidade.
Já em sua segunda edição (a primeira foi em 24 de setembro de 2011), a Olimpíada reuniu em um espaço um tanto precário (devida às reformas no prédio) escolas de várias regiões de São Paulo. Alguns colégios já haviam participado da 1ª vez, para outros tudo era novidade. Entre os "veteranos" estava o Colégio Notre Dame que novamente compareceu com um pequeno grupo do fundamental 2.
A aluna Carolina Bueno Stefani (8º ano), uma das alunas do Notre Dame, disse que apesar de todos os contratempos (como problemas com disponibilidade de horário, desistência de alunos e indisponibilidade de professores para acompanha-los) a escola, que elaborou dois banners, uma peça de teatro e um vídeo, foi muito bem nessa nova edição, sendo inclusive chamada para coordenar o próximo evento.
A Olimpíada, que consiste na mostra das discussões que cada grupo teve durante todo o ano, contou com vários vídeos, textos, banners, fotos e peças. Inclusive, eles já se preparam para a próxima, com o tema: "Como é possivel criar o conhecimento em um tempo de incertezas?"
Foi criado um site (olimpiadadefilosofiasp.wordpress.com) para dar informações do evento e mostrar vídeos e textos sobre os temas propostos. É nesse portal que também ocorrem as inscrições do próximo evento que estarão disponíveis em breve.

P.S: infelizmente nosso colégio não pode participar da edição de 2013:/ Espero sinceramente que em 2014 eles participem, pois é uma vivencia muito interessante.

Mentira ou poesia?

Paulo tinha fama de mentiroso, por contar aos outros histórias que somente ele via. Um dia chegou em casa dizendo que encontrara, no campo, dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovela; tempos depois trouxe outra história: provara um pedaço da Lua e esta tinha gosto de queijo; por fim contou que borboletas queriam formar um tapete e leva-lo aos céus. A mãe, muito preocupada, tentou de tudo um pouco: desde longos sermões até alguns castigos, e sem mais nenhuma ideia recorreu à medicina e, depois de alguns exames, este foi o veredito: "não há nada a fazer. Este menino é caso de poesia."
A mãe, muito animada, começou a anotar tudo o que o menino contava, na esperança de que um dia seu filho virasse poeta e usasse em poesia tudo aquilo o que dizia. Mas o tempo foi passando: inverno virou verão, e o menino criativo aos poucos perdeu a mão. Suas palavras viraram números e aos poucos ele mudou de poeta a engenheiro, buscando apenas nas contas sua satisfação.
Muito sucesso ele fez, mas se esqueceu da infância, em que sua maior alegria era pensar bobagem em rima. Se tornou um homem duro, sem imaginação, vivia em uma rotina de eterna monotomia. As pessoas se afastavam daquela rude alma que nada lembrava Paulo de outrora. Apenas a mãe tentava amolecer-lhe o coração com as antigas poesias.
Até que em um momento Paulo trocou de humor: da seriedade costumeira, um belo sorriso brotou. E quando todos perguntavam o motivo dessa alegria ele se limitava a dizer "um anjo desceu do céu e me deu as suas asas e assim pude voar a terra desconhecidas, onde apenas o amor reina em eterna alegria."

Baseado em: "A incapacidade de ser verdadeiro" de Carlos Drummond de Andrade

O pisca-pisca

Toda a vida começa com um piscar. Desde então ela se resume a piscadas. Cada passo, um novo abrir de olhos. Que sempre se fecham a cada anoitecer. Isso foi o que disse Monteiro Lobato. Mas na realidade, nem sempre é assim. Fazemos muitas coisas além de somente piscar.
Muitas pessoas passam a vida procurando. Buscando por algo que a satisfaça. Nem sempre encontram aquilo que esperam. Por isso se perdem no caminho. E as piscadas perdem o sentido. Assim como as perguntas são esquecidas.
Outros nunca param de procurar. Procuram tanto que acabam achando. Mas não acham o esperado. Porque a vida é surpreendente. E nada pode ser planejado.
Porém todos amam viver. Gostam de poder piscar. Se entregam a isso. Não a poderiam trocar.
Amam poder acordar. Amam poder sentir. Amam poder sonhar.
Sempre assim. Sem mudar.
Piscar.

Participação especial de:
Carolina Bueno
Lucca Petrosino

Uma garrafa no Mar de Gaza

Querida Tal Levine,
Acho que sua garrafa se afastou um pouco do Mar de Gaza... Na verdade ela fez uma bela travessia pelo Atlântico e chegou até o Brasil. Terra quente, de gente bonita e animada. Lugar que além de ser berço do samba, guarda também as raízes do MPB e cantores maravilhosos de rock nacional. Que apesar de conhecido pelo futebol, possui uma das melhores universidades da América latina e guarda excelentes autores.
Em sua carta você diz que é israelense e quer entender o problema Palestina, por isso pediu a seu irmão que colocasse esta garrafa no mar de gaza de forma que alguém a encontrasse e respondesse suas dúvidas. Bom... Posso dizer que seu desejo foi atendido e alguém realmente encontrou suas palavras, mas não quem você queria: um menino. Sua história pertence a você é por isso não vou contá-la aqui. Mas posso adiantar que vai ser emocionante, preocupante e muito bonita.
Só para situar a todos e ver se entendi realmente onde você está, vou fazer um pequeno flashback histórico. Seu lar, Israel, é uma terra prometida ao povo judeu que teve muitos problemas antes de se tornar efetivamente um Estado. Primeiro os judeus foram perseguidos por diversos outros povos e acabaram se dispersando pelo mundo, e, ao tentar voltar para casa, encontraram os árabes em suas antigas terras. Com o apoio dos EUA e da ONU conseguiram o direito de voltar para casa em um Estado, mas acabaram por desencadear uma guerra de tamanhas proporções que dura até hoje.
Por isso a Faixa de Gaza está separada de você. Por isso você não sabe o que acontece lá. E por isso você é ensinada a odiar os árabes. Mas quer saber? Tem um menino do outro lado que pode te explicar tudo se você tiver paciência para ouvir. Topa me levar junto em seu passeio pela fronteira?
Beijos
Ana Azevedo

O Cortiço

E como se não fosse suficientemente estranho um livro clássico vir na minha lista , outro veio em sequência: O cortiço de Aluísio Azevedo. Estranho como sempre pedi para ler livros clássicos, mas tinha medo que fosse demasiadamente complicado, mas aos poucos vou percebendo que não é tão difícil assim, mesmo assim não posso me dar ao luxo de dizer isso porque esse livro é daquelas adaptações que nos dão vontade de procurar o verdadeiro.
O Cortiço conta a historia de um homem que sonha em fazer fortuna e vê uma oportunidade em construir um cortiço (uma moradia que reunia pessoas de classes sociais menos favorecidas em locais de aluguel baixíssimo). Cada pessoa do cortiço tem sua própria historia, o que torna o enredo do livro rico e diversificado, indo desde de uma aprendiz de garota de programa até uma humilde portuguesa traída pelo marido e passando por todas as robustas mulatas e ritmos que fervilhavam no Brasil no período descrito.
Aluísio de Azevedo escreve com uma maestria que falta a muitos dos escritores atuais, pois apesar de um livro sobre uma sociedade que não é mais a nossa, minha atenção ficou presa do início ao fim. Realmente me senti tentada a ir até os livros antigos que meus pais guardam em uma prateleira na sala para procurar a obra.
Interessante a forma como funcionam essas adaptações, pois se ao mesmo tempo já contam a história, ainda puxam de dentro do leitor a necessidade de buscar o texto integral. Como será que eles fazem isso?
Bom... Vivemos em uma sociedade ditada pela mídia sensacionalista que diz o que devemos vestir, ouvir, usar, falar, pensar, ler, estudar... E nessa sociedade surgem os best sellers. Não que eu não goste, muito pelo contrário! Sou tributa (fã de jogos vorazes) assumidicima! Mas acho que não custa nada de vez em quando fugir da linha reta em que colocam nossos pensamentos e buscar os clássicos, até mesmo para entender a origem dos nossos best sellers...

Papéis Avulsos

Sou uma daquelas pessoas que lê de tudo: desde o best sellers que todo mundo está falando, até aquele livro completamente desconhecido que a capa chamou a atenção nas andanças pela livraria. Mas apesar disso, tenho problemas com os clássicos. Não que eu não queira lê-los, longe disso! O problema é a quantidade de livros recentes que eu ganho... Ai os clássicos vão sendo empurrados para o fim da lista (sim, eu tenho uma lista com a ordem de livros que quero ler).
Mas milagrosamente o livro que estava na lisa era um Machado de Assis.
Estava esperando uma daquelas historias que você mal consegue ler de tão antiga e coloquial que é a linguagem, mas não! Se você se concentrar um pouco e prestar bastante atenção da para entender perfeitamente... E melhor! Apesar de o livro ser antigo, as colocações do autor sobre a sociedade continuam servindo perfeitamente para descrever nosso mundo.
O livro que li foi Papéis Avulsos, uma seleção de contos de Machado. O primeiro, e que mais gostei, foi: O Alienista, que conta a história de um médico que resolve dedicar seus dias para estudar a mente humana e os diversos casos de loucura. Para isso constrói um hospício e ali vai reunindo qualquer pessoa que julgue ter algum tipo de problema, separando-os por caso.

De forma muito eficiente, o autor deixa escrito nas entrelinhas sua maior opinião sobre a sociedade: ela é um hospício, onde os loucos somos nós. O que nos traz de volta àquela velha questão: o que pode ser considerado normal?