
É
muito fácil deixar a imaginação voar e se esquecer da realidade. O difícil é
deixar a imaginação voar a partir de um fato da realidade, como a visualização
de um personagem em um texto sem figuras ou descrições, como o teatral.
No prólogo do texto: O Anuncio Feito
a Maria, de Paul Claudel aprecem duas personagens principais: Pedro de Craon e
Violaine.
Violaine é uma jovem de 18
primaveras, seu pai se chama Anne Vercos e sua mãe Elizabeth. Tem uma irmã
chama da Mara Vercos, é noiva de Jacques (do qual recebeu um anel de ouro
vegetal) e é apaixonada por Pedro de Craon.
Nossa donzela mora na cidade de
Monsanvierge. É cristã, muito bonita, bondosa, inteligente, gentil, educada,
piedosa, delicada e cuidadosa. Quase foi morta por Pedro, mas o perdoou
deixando-o livre deste pecado.
Imagino-a como uma moça de cabelos
longos e castanhos presos em coque, pela clara e olhos perspicazes do mesmo tom
do cabelo, sorriso gentil, e sempre bem vestida. Aparenta-me como uma moça um
pouco egoísta, mas sempre bem disposta. Crê que a vida é bela e ela feliz.
Pedro de Craon é um pobre construtor
de Igrejas, que contraiu Lepra e por isso procura o perdão. Roubou um beijo de
Violaine e depois tentou mata-la, sem sucesso. Está se dedicando inteiramente a
construção da igreja para Santa Justiça, uma pobre criança encontrada no local
onde se ergueria tal obra.
Aparenta-me como um rapaz de cabelos
e olhos escuros e pele alva, trajando-se sempre de preto, como lhe pediu o
bispo (para que todos soubessem que ele era leproso). É apaixonado por Violaine
e leva consigo o anel de noivado dela para ajudar no financiamento da
construção. Acha a vida bela, mas se vê como desgraçado.
Os personagens vivem um amor
proibido para a época e acabam seguindo em direções diferentes. Mas não sem
antes dar um beijo de despedida, presenciado pela irmã de Violaine. Chocada
pelo ocorrido Mara sobe as escadas e a cena se encerra.
Essa história poderia se tornar um
conto de fadas, onde a mocinha rica se apaixona pelo pobretão. Mas será que ela
tem realmente um final feliz?
Nenhum comentário:
Postar um comentário