
Séculos
depois, ainda estamos aqui, nesse vasto país chamado Brasil, mas muita coisa
mudou. Hoje, nossas florestas são
de concreto e os seres humanos vivem vestidos com roupas que expressem sua
personalidade, ocupação
ou estrato social. Houve uma intensa miscigenação, na qual ninguém ficou impune: português com índio,
negro com amarelo, italiano com espanhol... Diversas combinações estampadas na
pele de quem anda pelas ruas, e também na cultura das diversas regiões. Apesar de ter
abrigado tantos povos e culturas, a predominância ainda coube aos portugueses. Foram eles que
estabeleceram a economia agrária
de exportação
como forma de economia, construíram
belos edifícios
e trouxeram os negros para serem escravizados nas lavouras de café e cana de açúcar. Por terem nos
mantido colônia
por um tempo demasiadamente grande, foram, de certa forma, responsáveis por sermos uma
nação subdesenvolvida,
mas mesmo assim, trouxe diversos elementos culturais que são muito bem-vindos.
Um desses aspectos é o
poema épico de Luis Vaz de
Camões, no qual são narradas as
aventuras dos portugueses em alto mar durante sua busca por um caminho para
chegar às Índias. Os Lusíadas é uma narrativa épica que atravessou
gerações e gerações, mas continua
encantando, tanto por seu caráter
clássico, quanto pela
beleza com que trata as Grandes navegações. Apesar de estar escrito em uma linguagem distante da
atual, algumas edições
direcionadas para leitores iniciantes nesse estilo texto contam com uma introdução que fornece dados
sobre o contexto da obra e sua estrutura, bem como notas de rodapé que explicam alguns termos e
passagens.
Particularmente, sou apaixonada por este livro. Já o li em diversas situações, com diversas
idades e em versões
diferentes (apesar de ainda não
ter tudo contato com a obra original) e considero-o uma verdadeira aula de história. Claro que
muito pouco se pode tirar para fatos concretos, porém a beleza lírica da poesia de
Camões faz com que o
período das Grandes
Navegações se torne mais
interessante, e te faz querer saber mais.
No meu caso, tenho uma ligação ainda maior com a obra pelo fato de ser descendente
direta de portugueses. Meu avô veio ao Brasil,
como muitos outros imigrantes, em busca de melhores condições de vida. Mas
independente de onde é sua família, recomendo a
leitura desse livro e depois, quem sabe, uma visita à memória de algum parente mais antigo para conhecer melhor suas
origens.
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