
No início
do século XX as nações européias tiveram uma
série de problemas, principalmente relacionados a partilha da África e da Ásia: enquanto França e Inglaterra
possuíam carta branca
para explorar grandes territórios,
Alemanha e Itália
tinham ficado de fora da partilha. Além de tudo havia ainda a disputa entre Alemanha e França pela Alsácia-Lorena (uma região rica em minério que ficava na fronteira entre os dois territórios), o
Pan-germanismo: um movimento nacionalista que visava reunir sob a bandeira de
apenas uma nação
todos os povos de origem germânica,
dentre outros. Porém
o real estopim foi o assassinato do príncipe do império austro-húngaro, em visita à Sérvia. Insatisfeita
com as medidas tomadas pelo pais para punir o autor do assassinato e o Império declarou
guerra. Entretanto o que era para ser apenas mais um conflito entre nações ganhou proporções gigantes, pois os
países europeus passaram
a se aliar a um lado ou ao outro formando a Tríplice Aliança
(Itália, Império Austro-húngaro e Alemanha) e
a Tríplice Entente (França, Rússia e Reino
Unido). E assim se passaram três
anos: os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres assumiam as fábricas e novas
tecnologias bélicas
surgiam a todo o momento.
O fator determinante para o fim da Guerra foi a entrada dos
EUA para a Tríplice
Entente, o que forçou
a Aliança assinar um
tratado (Tratado de Versalhes) que impunha restrições. A mais prejudicada foi a Alemanha que teve seu exército e indústria bélica reduzidos,
perdeu alguns territórios,
e pagou uma enorme indenização
aos vencedores. A guerra gerou grandes prejuízos econômicos
e sociais: milhões
de pessoas morreram, e maior ainda foi o número de feridos; campos agrícolas foram arrasados e indústrias destruídas. Mas mesmo assim, vinte cinco anos depois, estourou a
Segunda Guerra.
Bom, agora que já está situado
historicamente falando, podemos entrar no mérito do livro. Como já foi
dito anteriormente, a Rússia
entrou na Guerra. Mas o que muita gente não sabe é que ela não se encontrava em
condições de partir em auxílio a outra nação: sua população passava fome, os
soldados eram inexperientes, não
havia nem mesmo uniforme para as tropas, quanto mais alimentos e água! Isso sem
contar a falta de organização
e comunicação
entre as diversas frentes... Os que lutavam não sabiam o que os levava para as trincheiras, e os generais
pensavam mais na evolução
de sua patente que na pátria
russa. E para piorar diversas correntes ideológicas lutavam por atenção e tentavam chegar ao poder. E assim Soljenitsin surge, em
um período que a Rússia já se tornou a União Soviética, para
denunciar toda essa situação.
Claro que sofre com a censura e seu livro não é publicado no pais,
porém ele chega à países estrangeiros, levando essa nova visão da Rússia que não era passada para
o mundo exterior.
Um livro extremamente cansativo, com uma linguagem muito
chata. Vou ser sincera, perdi as contas de quantas vezes comecei e parei de ler
por algum motivo, sendo somente em um momento de isolação do mundo em um
hotel fazenda que consegui realmente me concentrar em suas páginas. O problema é que não há uma história corrida: são contos de guerra
que acompanham, ao mesmo tempo, a evolução russa na guerra e a história de algumas personalidades. Mas, de qualquer forma, é uma verdadeira aula de história.
Uma das cenas que mais me marcou foi um capitulo destinado à descrever um ataque a trincheiras: o
desespero dos soldados que nada viam, apenas sentiam a terra tremer pelo ataque
de mísseis e
metralhadoras, e rezavam para sobreviverem apenas mais um dia. Aquilo me deixou
verdadeiramente desesperada: isso não pode ser chamado de vida! Como alguém submete outro ser
humano a uma situação
que não deve ser desejada
para nenhum ser vivo, quanto mais para um semelhante! A Guerra, a violência, nunca será resposta para os problemas que nos
cercam, sendo apenas uma confirmação que, na verdade, o ser humano não faz jus à sua denominação de "ser
civilizado, dotado de inteligência
superior".
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