
Não
me recordo ao certo quando, mas de repente minhas cartas se tornaram algo um
pouco diferente. De um ano para o outro passei de "quero aquela Polly
nova" para "quero aquela Polly nova e que todo mundo seja muito
feliz" ou então
"quero aquela Polly nova e que todos ganhem presente nesse Natal". Na
época, aquilo não pareceu fazer
diferença, mas hoje vejo quão grande foi meu
gesto ao deixar de lado uma parte individualista para pensar também no coletivo.
Scrooge também era individualista e egoísta: um homem velho que só se
importava com contas e dinheiro, achando que caridade era fazer uma doação maior para aquela
instituição de caridade. Ele
não se importava com
seus funcionários,
vivia uma vida pacata seguindo uma rotina sem graça, e ao menos aproveitava o dinheiro que conseguia. Porém, uma noite, o
fantasma de seu sócio
resolve fazer uma visitinha para ele. A alma penada aparece arrastando os
cadeados que a prendem à Terra: luxúria, egoísmo, gula, dor...
Todo o mal que ele fez em vida materializado em correntes que o prendem a essa
dimensão. E faz um
aviso a Scrooge: aquela era sua ultima chance de se livrar daquele mesmo
destino! Ele receberia a visita de três espíritos:
passado, presente e futuro; e deveria se arrepender de seus erros e buscar
mudar de vida para que pudesse realmente ser feliz.
A história então passa a girar em
volta dos Natais da vida de nosso velho rabugento, que confronta tanto a
felicidade da infância,
quanto as surpresas do presente e também o medo do futuro.
A história
bolada por Dickens traz uma lição
valiosíssima: quanto
estamos valorizando de nossa vida? Será que
realmente usufruímos
de tudo o que ela pode dar, ou nos prendemos a coisas tolas e sem importância? Quanto tempo
será que nos resta? Muito? Pouco? Isso
realmente importa?
Apesar de ser denominado "Uma história de Natal"
a lição desse conto deve
durar o ano inteiro, pois de nada adiantam os votos ajoelhados defronte o
pinheiro de Natal e as promessas de "esse ano serei melhor" se nos
outros 364 dias do ano você age como se nada
realmente importasse. Veja bem, não é viver apenas para
ter futuro! É viver cada dia como
deve ser: olhando os detalhes com a inocência de uma criança que pede de presente de Natal a tão sonhada paz
mundial.
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