domingo, 24 de agosto de 2014

As Batalhas do Castelo

Há uma pequenas divergência quanto à visão histórica e a romântica acerca da Idade Media. Geralmente ao pensar sobre esse período imaginamos reis, rainhas, princesas, cavaleiros, enormes castelos fortificados, longos vestidos, bailes.... Porém ao estudar  na escola vemos que não é bem assim. A Idade Media foi um período um tanto quanto obscuro (não é para menos que é chamada de Idade das Trevas). Tudo, desde sociedade até a economia, estava ligado à Igreja Católica. Essa instituição tinha tão grande poder porque foi a única que sobreviveu ao fim do Império Romano e, em períodos de crises, as pessoas costumam se agarrar a qualquer conforto e, naquele momento, ele era oferecido pela Igreja com a promessa de um paraíso após a morte para os fiéis. Além disso, as pessoas eram muito pobres: viviam em comunidades chamadas feudos, nas quais havia um senhor feudal e seus súditos que dele dependiam, chamados vassalos. Esse senhor feudal era cercado por uma corte de nobres e cavaleiros. E é sobre essa corte que "As Batlhas do Castelo" trata.
Misturando as idéias românticas e real, Domingos Pelegrino narra a história de um bobo da corte que recebe de seu rei o direito de possuir um castelo, uma corte, e se tornar um duque. Ao falecer, os filhos do monarca fazem valer sua vontade: dão ao homem o castelo mais distante, como súditos todos os prisioneiros e miseráveis e por título "Bobuque". Contrariando toda a sorte, o bobo sai levando todas aquelas pobres almas e lentamente, enche os corações delas de alegria, liberdade e vontade de trabalhar formando uma próspera comunidade nos limites do reino.
Creio que, apesar de ser um livro mais infantil, passa uma mensagem maravilhosa: quando se está feliz com o que está fazendo e realiza seu trabalho com amor e carinho, talvez não seja possível transformar o trigo em fios de ouro, porém é possível trança-los fazendo virar belos brincos. Ou seja: não ha resultado sem esforço! E mais: todos merecem uma segunda chance de mostrar seu valor. Costumamos ter muito preconceito daqueles que já fizeram algum mal, porém devemos ter fé que as pessoas podem se arrepender e mudar a atitude

Concluo retomando a ideia de uma Idade Media das trevas, na qual houve uma arraso cultura. Na verdade esse atraso nunca exigiu, pois continuaram a compor musicas tanto para a Igreja quanto para fora (cantigas de amor e de amigo), construir belas obras e contar historias. Porém, os científicos pouco admiram dessa riqueza cultural, pois ela estava quase sempre ligada à Igreja. Mas não sejamos preconceituoso... Leiam o livro e depois, aconselho, a visitarem o site da universidade de Coimbra e escutarem algumas das belas canções em galego português compostas nesse período que refletiam toda a cortesia dos relacionamentos palacianos e o início do cavalheirismo.

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