segunda-feira, 24 de junho de 2013

Vidas Secas

A seca é um problema que assola o Nordeste desde que o mundo é mundo... Qual o problema com ela agora? Quer mesmo saber? O problema é o homem...
Graciliano Ramos coloca o homem dentro do problema que ele mesmo criou com a visão de um semelhante. Não entendeu? Eu explico... Meu querido autor Graciliano mostra o dia a dia de uma família de retirantes que tenta se salvar da secura do sertão chegando ao litoral....
No caminho, eles encontram uma fazenda abandonada que parece ser a resposta para os problemas que eles vinham enfrentando. Nela Fabiano, Sinhá Vitória, os dois meninos e a cachorra Baleia se alojam para passar o inverno. É nessa fazenda que acontece grande parte da história, e dos questionamentos por ela propostos. E são perguntas que muitas vezes nem mesmo os sábios mais sábios conseguem responder. Acho que a maior é: eu sou bicho?
O que é bicho afinal? Se for animal sim, você é! Todos os seres humanos são, só arrumamos um jeito de fazer com que os outros animais nos obedecessem e colocamos nomes neles para que fossem subjugados. Mas na essência, lá no fundo, não somos tão diferentes dos bichos que priorizam sua própria existência.
Com tanta filosia o livro se torna um tanto quanto massante... Na verdade o cansaço na leitura dele vem da falta de costume com a sua linguagem. Então se o começo você quer se matar para ler até o final, no fim ele já parece um gibi que se lê sem pressa.
Esse livro voltou para a lista dos pedidos para o vestibular, e chegou nas minhas mãos pela escola. Junto com ele, minha querida professora de português mostrou essa música... Creio que ela representa muito bem o que o autor quis dizer, e creio também, que você não vai deixar de ler né? :)

"A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem secarque o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotado do céu
Pode ser coco derramado"

Cidade das Cinzas

Antes de começar a crítica desse livro vou fazer algo que um ditado diz para NUNCA fazer: julgar um livro pela capa.
Eu estou completamente apaixonada pelas capas da coleção Instrumentos Mortais! Elas são lindas, e cada uma delas conta um pouquinho da história que está dentro das suas páginas... E mais uma vez Cassandra Clare me surpreendeu ao montar um enredo diferente do livro anterior, mas sem perder o ritmo eletrizante!
Nessa nova empreitada surge um romance improvável que vai abalar a mente e o coração de Clary... Mas e Jace? Este passa a ser uma figura suspeita às pessoas que pareciam ser as mais justas: a própria Clave. Com a chegada da Inquisidora, e dos pais de Alec e Isabelle (irmãos adotivos de Jace), o clima no Instituto não é um dos melhores... E só tende a piorar quando Jace é expulso do lugar que sempre considerou seu lar.
Uma enorme batalha está por vir, e Valentim não poupara nada para conquistar seu objetivo... Será que esse homem se tornou um monstro tão horrendo capaz de sacrificar seu próprio filho para sua causa?
E quanto a mãe de Clary? Será que ele conseguirá sair de seu coma induzido?
Novas surpresas te aguardam nesse volume cheio de ação e mistério... Mas antes de ler eu gostaria que pensasse na resposta para uma pergunta muito importante: qual é o limite entre amizade e amor? (se é que ele existe).
Nesse livro esse limite é posto a prova de uma maneira inimaginável! Passando por situações, literalmente, entre a vida e a morte! E quanto a relação entre irmãos? Existe alguma restrição para eles? De maneira muito sutil, Cassandra introduz o conceito de tolerância e mostra que o diferente pode ser causar medo, mas as vezes é umas das mais corretas opções...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A menina que roubava livros

Do que você tem medo?
Escuro? Se machucar? Tirar nota baixa? Aranha? Cobra? Escorpião? Brigas com seus pais? Assalto?
O medo é um instinto natural do ser humano e, até certo ponto, é o responsável pela nossa sobrevivência. Afinal, se não houvesse o medo nos arriscaríamos sem motivo e morreríamos.
Sim, morreríamos. Morte. Uma sombra, um ser escuro, algo ruim, o eterno descanso... O maior medo!
Acho que nunca conheci alguém que não tivesse medo da morte. Mas o que ela é afinal?
Para Markus Zusak a Morte é um ser sombrio que anda com um manto e carrega as almas como crianças, observando nelas histórias. Para esse autor a própria Morte tem alma, se cansa, observa...
Como eu sei disso? Infelizmente não foi por conversar com ele. Foi lendo A Menina que Roubava Livros.
Surpreendentemente foi pedido pela escola (um fato louvável e animador) e lido com muito carinho.
Só para situar vocês, a história desse pequeno livro, que só tem 500 páginas, se passa na Segunda Guerra Mundial. Isso mesmo que você está pensando: Hitler, judeus, Holocausto, morte... Sim, aí está ela: a Morte. Nesse livro é a narradora da impressionante história de Liesel, uma menina que assistiu a Guerra passar ao lado dos pais adotivos, do melhor amigo e de um estranho nem tão estranho.
A garota "roubadora de livros" mostra o dia a dia de uma criança que tenta a todo o custo não perder a inocência para a Guerra... Fato que não é possível! Como será que a humanidade tem coragem de fazer isso consigo mesma? Guerra não trás nada de bom: apenas destruição e matança.
Bom, o pai de Liesel (a mãe também) era comunista, e por isso sua mãe resolve dar ela e seu irmão para uma família de "bons alemães", para que eles tenham chance de sobreviver a perseguição implacável. Porém o garoto não aguenta e é levado pela Morte:. O primeiro encontro das duas acontece no vagão de um trem, pouco antes do primeiro roubo: O manual do coveiro, tirado do jovem que enterrou o corpo do seu pequeno irmão. A partir daí, a história da menina se desenrola com uma sucessão de tragédias, personalidades intrigantes e consola nas palavras gravadas nas folhas dos livros.
Se você costuma chorar em livros, aconselho a comprar o livro junto com uma caixa de lencinhos... Principalmente se você se afeiçoa com muita facilidade aos personagens. E se prepare: esse livro é daqueles que marca e muda sua visão de uma maneira impressionante!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Cidade dos Ossos

Quando eu era pequena costumava imaginar uma história que envolvesse três escolas: uma para fadas, uma para bruxos e outra para guerreiros. Lembro de sempre ficar dividida se gostaria de estudar como falar palavras mágicas e voar com asas delicadas ou como lutar com uma espada e defender o que achava que era certo. No fim, sempre acabava misturando os dois para montar um lugar perfeito para mim.
Bom, para Jace a escola de guerreiros foi a própria vida. Afinal, não é fácil ser um caçador de sombras... Ele, Alec e Isabelle formam um time para lutar contra seres sombrios do submundo (vampiros, lobisomens, demônios,etc). Alec e Isabelle são irmãos, enquanto Jace é adotado após se tornar órfão (detalhe: ele assistiu a morte do pai). Durante uma de suas missões tudo parece ir de acordo com a normalidade (e que normalidade), até que uma menina mundana entra na história e faz o mundo dele virar de ponta cabeça...
Clary é uma menina normal, (apesar de ter um talento extraordinário para desenhar)... Ou pelo menos é isso que ela pensa! Uma noite, vai junto com melhor amigos Simon a uma boate e ela presencia a cena mais estranha que já viu: um adolescente matando o outro. Mal sabia que essa história fazia parte de um passado de alguém mas próximo do que ela imagina.
Posso resumir o livro de Cassandra Clare como uma história intrigante cheia de suspense, terror e, claro, romance. Com uma atmosfera de suspense interminável, a autora sabe dar continuidade a narrativa sem fazê-la parecer apenas uma sequencia de fatos e sim a história real de uma pessoa. Acho que o mais impressionante foi a surpresinha final...
Cidade dos Ossos é o primeiro livro da coleção instrumentos mortais, e virou filme, que deve estrear em agosto de 2013.
Um dos poucos livros que não fui capaz de adivinhar o final e que me deixou grudada da primeira à última folha. Ah! Também foi o primeiro livro que não quis me casar com o personagem principal: Jace. Para mim ele é arrogante, intolerante, egoísta, vaidoso... Bom, não vou perder meu tempo descrevendo-o quando você pode simplesmente ler a história dele. Só me conte o que achou tá? ;)